terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

A predatória guerra de promoções nos bares e restaurantes de Salvador.

"Traga seu vinho!!! Não cobramos rolha"
"Roska dobrada de segunda a quarta-feira"
"Não cobramos taxa de entrega"
"50% de desconto em todo o cardápio todas as noites"
"Compre uma pizza e leve outra de igual sabor"
"Entrega grátis para pedidos acima de R$ 50,00"
Quem nunca se deparou nas redes sociais, panfletos ou outros meios de divulgação, com anúncios desse tipo?
Pois é... arrisco-me a dizer que Salvador, em especial, está proliferada das tais promoções entre os bares e restaurantes, e como Consultor com especialização nesse segmento de mercado, não posso deixar de alertar para o grande risco que estes estabelecimentos estão correndo ao entrar nessa "guerra invisível", trazendo enormes prejuízos (estes, visíveis) para eles próprios.
É só observar a quantidade de estabelecimentos que fecharam suas portas nesses últimos 3 anos, muitos deles tradicionais, além de outros que tiveram que abrir mão de sua qualidade de atendimento e produtos ofertados.
A verdade é que, conforme depoimentos ouvidos na área, muitos estão passando por enormes dificuldades financeiras e de gestão.
Vocês podem até me perguntar: "mas é só por causa das promoções que essas dificuldades estão acontecendo?".
A resposta, claro, é "não", mas quando o empresário começa a "espremer" sua margem de lucro fazendo promoções CONTÍNUAS, estas passam a se configurar como um custo fixo da empresa e chega o momento em que o estabelecimento não consegue mais sair dessa prática, pois, afinal, quase todos os seus concorrentes estão na mesma "guerra fria". Se ele se aventurar a sair, perde seus clientes.
Como se não bastasse, surge agora uma infinidade de aplicativos de delivery (nada contra eles, claro, estão ocupando uma fatia de mercado disponível e de maneira legal), cobrando percentuais pela prestação de seus serviços que acabam, também, "espremendo" mais ainda o lucro dos estabelecimentos (e, mais uma vez, de maneira CONTÍNUA).
"Mas, fazer o que, todos os meus concorrentes também estão lá?", pergunta-se o empresário.
E assim, este mesmo empresário acaba se tornando escravo de todas essas nuances que estão permeando o mercado.
Com a margem de lucro (quando consegue obter algum) apertada, não sobram recursos para, por exemplo, treinar seus colaboradores para que tenham uma maior eficiência e um atendimento à altura de seus clientes. Então, mesmo com todas as promoções ofertadas, os clientes não retornam ao estabelecimento, pois mesmo pagando barato, poucos são os que estão dispostos a esperarem uma infinidade por um prato ou ainda, não ser bem atendidos.
E quero deixar aqui uma máxima utilizada nesse sentido que diz: "Pior do que você treinar um colaborador e vê-lo ir embora, é você não treinar e vê-lo ficar".
Como exemplo, vou citar minha ida a um almoço com mais quatro empresários a um tradicional restaurante local onde o garçom, ao ser questionado porque o pedido estava demorando tanto, visto que só tinham duas mesas ocupadas no restaurante, deu a seguinte resposta: "Se tiver paciência, o pedido sai. Se não tiver, fica complicado". Deu as costas e se afastou da mesa, deixando todos boquiabertos. E a mim, que os havia convidado, envergonhado.
Quero ressaltar aqui que não estou generalizando, pois existem, em Salvador, vários estabelecimentos que são, na minha opinião e de muitos outros, campeões em qualidade e atendimento. Coincidência ou não, estes estabelecimentos não entraram nessa guerra contínua de promoções.
Fica, aqui, portanto, uma sugestão para um mercado que é de extrema importância para essa cidade tão pitoresca e maravilhosa como é Salvador e de igual importância para a população consumidora, local e turística: busquem outras alternativas, com mais criatividade, mais inovação e menos desespero.
É viável lançar promoções no mercado? É viável fazer parte dos aplicativos de delivery?
Sim, tudo é viável, desde que feito de maneira consciente, calculando minuciosamente os custos que tudo isso traz e verificando até que ponto isso é realmente atrativo para o bom andamento do seu negócio.
Concluindo, deixo aqui uma máxima do empreendedorismo: "Procure atrair e manter seus clientes por ser O MELHOR e não por ser o MAIS BARATO".

Antonio Carlos Salles é empresário, escritor, consultor organizacional de empresas, facilitador do Seminário EMPRETEC (ONU/SEBRAE) há mais de 20 anos e sócio fundador da startup "Onde Toca" (ondetoca.com.br), que faz o mapeamento de bares e restaurantes que ofertam algum tipo de música para seus clientes.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Nossos adolescentes e o culto ao corpo, à vaidade e ao supérfluo.


Considero preocupante o que tenho observado em relação a essa geração de adolescentes que nos rodeia.
Em sua grande maioria, percebo que a exacerbada preocupação com a forma tem se sobressaído (e muito) em relação à preocupação com o conteúdo.
Vejo jovens perdendo horas e horas dedicando-se a escolher as roupas que vão usar para irem às baladas, mais algumas horas no salão de beleza, mais algumas fazendo musculação e por aí afora.
E não me venham com essa de "geração saúde". A maioria não está na academia por estar preocupada com a saúde. Se assim fosse, também estaria comendo brócolis, alface, tomate, rúcula, espinafre e tomando suco de beterraba com cenoura e laranja, ao invés de estar tomando energéticos e esteroides anabolizantes (as famosas "bombas") para aumentar a massa muscular.
Querem ficar bonitos, atraentes, querem chamar a atenção pela beleza, pelas formas bem definidas, pelos badulaques que usam.
É o culto ao corpo, à vaidade, ao supérfluo.
E com isso, se esquecem totalmente do culto ao conteúdo, à beleza interior.
Você já parou para observar quanto tempo esses jovens se dedicam à preparação dos estudos, ou se preparam para uma prova, para um concurso, em relação ao tempo que dedicam para se preparar para ir a uma festa, um cinema, um shopping? Quanto tempo eles dedicam durante o dia ao Whatsapp, Facebook e Instagram?
Não? Procure observar... chega a ser impressionante.
Por outro lado, você já experimentou conversar com alguns deles sobre atualidades, política e conhecimentos gerais? O básico, por exemplo: quais os Estados de seu País e suas respectivas capitais? Quantos são os Senadores representando cada Estado no Congresso Nacional e qual o nome dos Senadores de seu Estado? Peça para eles dissertarem um pouco sobre o escândalo da Petrobrás, do Mensalão, a crise na Venezuela... e não se espante com as respostas.
Estamos diante de uma geração que tende a cada dia ser mais "oca", mais frágil, sem conteúdo. A geração do CTRL-C e CTRL-V.
E muitos pais estão vendo isso e deixando acontecer. Boa parte por puro comodismo. É melhor deixar a criança/adolescente "quieta lá no seu canto" agarrada com um tablet ou celular conectado à internet do que ter o trabalho de conversar com ela, orientá-la para a vida, castigá-la quando preciso.
Alguns pais preferem gastar os tubos com roupas de grife, acessórios, celulares de última geração, salão de beleza, para evitar que os mesmos "encham seu saco" se sentindo "inferiores" porque "todos os amigos tem, só ele que não tem".
Filho é pra dar trabalho, mesmo. Porque se não fosse, já nascia adulto. Filho é pra estar olhando nos seus olhos e não para o celular, quando você está tendo uma conversa com ele. Filho é pra aprender a corresponder e a reconhecer todo o esforço que nós, pais, fazemos para dar a ele um mundo melhor.
Da mesma maneira, pais estão aqui para orientar seus filhos. Para perceber eventuais desvios de comportamento e colocá-los nos trilhos. Para mostrar a eles que melhor do que ser bonito e atraente por fora é ser bonito e atraente por dentro. Para incentivar a cultura e não o "lepo-lepo".
Quero deixar bem claro aqui que não sou contra, de maneira alguma, que as pessoas cuidem do visual, da aparência, se vistam bem, procurem ficar bonitas - isso só faz bem à autoestima -, assim como também não sou contra a tecnologia, muito pelo contrário. Seria até ignorância de assim o fosse.
Mas que precisamos estar atentos à maneira como isso está acontecendo, acredito que precisamos, sim.
A isso dá-se os nomes de "educar", de "cuidar", de "formar", de "orientar".

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Alemanha 7 x 1 Brasil - Assim no jogo como na vida...

Inicio aqui parodiando a frase que Bernardinho (nosso técnico  - esse sim, um técnico de verdade - da Seleção Brasileira de Vôlei) cita mais de uma vez em seu livro "Transformando Suor em Ouro". A original é "Assim no vôlei como na vida", onde ele faz diversas comparações entre situações que acontecem no vôlei com situações que podem ser aplicadas na vida. E vice-versa.

A intenção aqui é fazer uma reflexão de como o padrão de comportamento de grande parte de nós, brasileiros, se repetiu durante a Copa e em especial durante o jogo contra a Alemanha e de como isso pode ser prejudicial para todos nós, como brasileiros e como Nação.

Assim no jogo:
Iniciamos essa Copa do Mundo com uma Seleção que não demonstrou firmeza nem segurança desde o primeiro jogo. Não vou, aqui, ficar historiando jogo a jogo, placar a placar, pois nos lembramos muito bem.
Iniciamos também com um técnico teimoso, insistente e dono da razão, que insistia em manter em campo jogadores que não rendiam e um esquema tático frágil e sem consistência.
Mas, como bons brasileiros que somos, com muito orgulho, etc., torcemos. E muito. Fizemos a nossa parte. Trouxemos a Seleção até as semifinais. E não importa, aqui, se foi com ou sem Neymar, com ou sem Thiago Silva.
Começa o jogo conta a Alemanha. Também não vou narrar aqui o que aconteceu e o que cansativamente já vimos na mídia até agora. Vou apenas resumir : Um desastre total. Um desacerto sem fim. Uma equipe (?) perdida em campo. Um técnico apático, sem atitudes, talvez mais perdido do que sua equipe em campo. O restante da comissão técnica, idem.
O resultado? Uma humilhante derrota por 7 x 1. Só pra registrar.
Agora vem o que mais me chamou a atenção, desta vez, fora do campo. Tudo isso acontecendo, todo esse drama se desenrolando, a bancarrota total no Mineirão de uma Seleção que estava representando ali 200 milhões de brasileiros, em sua própria casa, e a internet congestionada de mensagens com milhões de piadinhas, charges, humor negro e muito mais, através do Whatsapp, do Facebook e outros meios de comunicação. Ou seja, ninguém estava mais nem aí pra todo aquele drama que estava se passando, no mínimo para aqueles 22 jogadores que estavam em campo representando o nosso país.
Sim, porque eles, com certeza, não estavam jogando ruim daquele jeito de forma deliberada. Eles entraram em campo com a intenção de vencer.
(Em tempo: isso não é uma crítica, é uma constatação, até porque eu também recebi e repassei algumas dessas mensagens engraçadas. A capacidade criativa do brasileiro é impressionante.)

Como na vida:
Estamos vivendo em um país refém de um governo que não demonstra firmeza nem segurança desde os primeiros dias de sua atuação.
Há mais de 10 anos entregues a "técnicos" - leia-se governantes - incompetentes, corruptos e donos da razão, que insistem em manter em vários cargos-chave auxiliares igualmente corruptos e incompetentes.
Só que, desde o início deste Governo, estamos sendo diariamente goleados pela corrupção, pela inflação, pelos desmandos, pela incompetência, pela perda de divisas e das empresas que um dia nos orgulharam.
Estamos sendo goleados por muito mais do que 7 x 1. Aliás, nem sequer um gol de honra estamos conseguindo fazer.
A "técnica" da vida, tal qual o "técnico" do jogo, está igualmente apática, sem atitudes, talvez mais perdida do que sua equipe no governo, afundada em sua incompetência.
Mas o padrão comportamental de grande parte dos brasileiros está se repetindo: a internet vive congestionada de mensagens com milhões de piadinhas, charges, humor negro e muito mais, através do Whatsapp, do Facebook e outros meios de comunicação, desta feita em relação ao Governo e seus governantes.
Ou seja, assim como no jogo, ninguém está mais nem aí pra todo esse enorme drama que está se desenrolando em nosso País, em nossa vida.
Quando eu digo "não está mais nem aí" significa dizer que não estamos tomando atitude alguma para mudar esse quadro. Fazer piadinhas com o Governo não resolve absolutamente nada. Queimar ônibus, saquear lojas, atos de vandalismo, também não.
Mas, como bons brasileiros que somos, com muito orgulho, etc., torcemos. Torcemos para um dia dar certo. Com muita esperança. Afinal, a esperança é a última que morre.
MAS MORRE!!!

Assim no jogo:
Vocês já pensaram no que pode acontecer se a CBF resolver manter o Felipão como técnico da Seleção por mais quatro anos? Acreditem, não é uma possibilidade impossível.
Como na vida:
Vocês já pensaram no que pode acontecer se os brasileiros resolverem manter esse governo que aí se instalou comandando o Brasil por mais quatro anos? Acreditem, é uma possibilidade muito provável.
 
A Alemanha que nos derrotou ontem em campo também nos derrota atualmente em vários aspectos como educação, saúde , segurança, etc., porque é um país organizado, planejado, consistente, objetivo. Assim no jogo, como na vida.
Se eu quero ir morar lá? De maneira alguma. O meu país é o Brasil, aqui estão minhas raízes. Apenas almejo que um dia venhamos a atingir o nível de desenvolvimento de alguns outros países, para que todos possamos ter uma vida melhor.

Quando será que vamos levar nosso país a sério?

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Sobre os Mundos das Percepções, Reflexões, Atitudes e Ações - Em quais desses mundos você vive?


Desta vez vou começar um artigo pelo parágrafo que deveria estar no final:
Não se constrói uma vida, uma história, apenas com percepções e reflexões. Uma vida se constrói com ações, com atitudes. De nada adianta perceber o que está acontecendo em sua vida e não tomar atitudes concretas para mudar. Percepções e reflexões são efêmeras, sensoriais e, por si só, não operam mudanças. Embora sejam de fundamental importância em nossas vidas, desacompanhadas de ações e atitudes elas são apenas como um telefone celular desprovido de bateria, ou seja, não tem serventia alguma.

Tem gente que é expert em perceber: percebe que seu trabalho não está trazendo resultados satisfatórios para si, percebe que sua maneira de agir com o(a) parceiro(a) está prejudicando a relação, percebe que está tratando o filho adolescente de uma maneira  que só faz afastá-lo de si, percebe que sua forma de se alimentar está levando-a à obesidade, percebe que o cigarro está acabando com sua saúde, percebe, percebe e percebe... E não toma nenhuma atitude.

Algumas pessoas “percebem” e até conseguem evoluir para uma fase mais avançada: a fase da “reflexão”. Mas também não conseguem passar disso. Não conseguem porque entre a fase da percepção/reflexão e a fase da ação, existe uma coisa chamada auto-sabotagem. Isso, a auto-sabotagem. Significa você sabotar com sua própria vida, com seus sonhos, com o seu bem-estar. 

Por exemplo: a pessoa percebe que está passando muito tempo “navegando” nas redes sociais durante o expediente e que isso está trazendo um baixo rendimento em seus resultados no trabalho. Percebe, reflete sobre isso, descobre onde pode mudar, mas aí vem a auto-sabotagem: “é, mas se eu deixar de fazer isso, meu chefe não vai me dar aumento nenhum...”. E aí, continua “navegando” nas redes sociais...

Outro exemplo: a pessoa percebe que está engordando, além do peso ideal para sua estatura, que as roupas não estão mais cabendo nela, reflete e chega à conclusão que precisa fazer um regime sério e urgente. Mas aí, vem a auto-sabotagem: “é, mas eu nunca mais vou conseguir chegar a ter aquele meu corpinho de 15 anos atrás... “ ou “é, mas nenhum(a) amigo(a) da minha idade é magrinho(a)...”. E aí, mesmo incomodada com seu peso, continua a comer e beber de maneira totalmente desregrada...

Costumo contar, nos Seminários Comportamentais que ministro pelo Brasil afora, uma história interessante sobre o estado de incômodo:

Conto que, certa vez, um motorista parou seu carro num posto de combustível e enquanto o frentista abastecia, ele percebeu que próximo a eles havia um cachorro deitado em cima de uma tábua, ganindo de dor. O motorista, ao ver aquilo, perguntou ao frentista porque o cachorro estava ganindo daquele jeito. O frentista disse que era porque na tábua em que o cachorro estava deitado existia um prego que estava furando sua barriga. O motorista então perguntou ao frentista porque o cachorro não saía de lá, ao que o frentista respondeu: “deve ser porque ainda não está incomodando o suficiente”.

Pois é: o primeiro passo para uma mudança, seja ela qual for, é o estado de incômodo em que você se encontra em relação àquela situação. Até que ponto aquela situação está incomodando você? Por certo, se não estiver incomodando o suficiente, dificilmente você vai TER UMA ATITUDE para mudar.

Mudar também incomoda, porque, de certa maneira, tira o ser humano da zona de conforto. E enquanto você não chegar à conclusão de que o incômodo trazido pela situação que está vivendo é maior do que o incômodo que a mudança necessária vai trazer, você vai continuar “ganindo, deitado em cima da tábua”. 

Conheço pessoas que estão, há anos, reclamando de seu trabalho na empresa/repartição: reclamam todos os dias do salário, dos colegas, dos clientes, do mercado, do chefe, do sócio, mas continuam lá. “Percebem” o tempo todo que isto está muito ruim para elas, que talvez devessem procurar outro emprego, que talvez devessem se dedicar a estudar para um concurso público, mas... não TOMAM UMA ATITUDE. Continuam lá, “ganindo, deitadas em cima da tábua”.

Sabe qual é o problema maior? É quando o “incômodo suficiente” não estiver mais sob o seu controle. É quando os furos que o prego está fazendo na barriga do cachorro não permitirem mais a cicatrização. E quando fatores externos passarem a ser o motivo de sua (forçada) mudança, então você corre o grande risco de não estar PREPARADO para essa mudança.

Aí, vem a pergunta: o que fazer para mudar esse cenário?

A resposta é simples: “TER ATITUDES”.

Aja!!! Tenha coragem!!! Seja proativo!!! Não deixe o controle de sua vida, de seus resultados, nas mãos do destino, da sorte ou do azar, nas mãos de terceiros. Fuja das falsas “Zonas de Conforto” que, às vezes, você mesmo se coloca. Decida exatamente aonde você quer chegar e faça a sua parte. Assuma o controle de sua vida, de suas ações.

Só assim você vai construir uma vida, uma história, que você vai poder chamar de SUA. Alicerçada por AÇÕES e ATITUDES e não apenas por “percepções” e “reflexões” isoladas.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O que você vai fazer de diferente no próximo ano?

- Ano Novo, Vida Nova.

A cada 365 dias, ouvimos esta frase. Talvez vinda dos outros, talvez vinda de nós mesmos.
Quando vinda de nós mesmos, normalmente a repetimos mentalmente.
Associamos esta frase certamente aos nossos desejos, ou melhor, ao desejo de realizar nossos sonhos. É como se, simplesmente repetindo-a, ela tivesse o poder de mudar nossas vidas, de nos estimular e animar. E, às vezes, isso até acontece, mas não por muito tempo. Passa-se a primeira semana do ano, a primeira quinzena, o primeiro mês, e você cai novamente na rotina, percebe que de Novo o Ano não tem nada e quem sabe, de Nova a Vida também não.
É normal...
NORMAL????? Para quem????
Quais são seu sonhos? Quais são seus desejos?
Trocar de carro? Trocar de apartamento? Abrir um negócio próprio? Mudar de emprego? Emagrecer? Deixar de fumar? Fazer exercícios físicos? Ou aquela viagem especial? Casar?
O que falta para você realizar esses sonhos?
TODOS NÓS PODEMOS REALIZAR NOSSOS SONHOS, e para isso, não existe nenhum grande segredo. Para realizar um sonho, o primeiro passo é transformá-lo em uma META. Uma META é algo mais concreto do que simplesmente ficar no plano do SONHO.
Isso também não é difícil.
Talvez o mais difícil seja ATINGIR essa META.
Difícil porque existem vários fatores externos (e também internos) que concorrem para que, às vezes, as pessoas não consigam atingir suas metas.
E, quase sempre, na grande maioria das vezes, as pessoas abandonam seus sonhos, suas metas, pelo meio do caminho. Abrem mão de coisas importantes, de se sentirem realizadas, de viver uma vida melhor, simplesmente porque não conseguem CHEGAR LÁ.
E sabe porque?
Por que as pessoas, de uma maneira geral, NÃO SÃO “EXPERTS” EM ATINGIR METAS!!!
Ou melhor: não têm as técnicas necessárias para fazer com que seus objetivos sejam atingidos.
Elas até sabem O QUE querem, mas não sabem COMO fazer para CHEGAR LÁ.
Sendo assim, vou fazer uma pergunta que, aparentemente, não tem nada a ver com o que estamos falando, MAS TEM:
- Porque um time de futebol, de vôlei, de basquete, precisa de um técnico? Porque um jogador de tênis precisa de um técnico?
(Existe uma frase famosa do CEO (Diretor Superintendente) da Google, Eric Schmidt: “Everyone needs a Coach”, ou seja, “Todo mundo precisa de um técnico”).
Por que eles (os atletas) precisam de um técnico, se eles já sabem o que querem? Se eles já sabem jogar?
Simples: eles precisam de um técnico para orientá-los, para montar um programa, uma estratégia, que os faça atingir seus objetivos, que pode ser ganhar um jogo, um campeonato, etc. E para acompanhá-los nesse processo.
Veja um exemplo prático, bem próximo a nós: O tenista brasileiro Guga. Dificilmente ele teria chegado a ser o número 1 no mundo sem a orientação de seu técnico, Larri Passos, que o treinou por 15 anos.
Guga sabia O QUÊ queria, mas seu técnico sabia COMO chegar lá (logicamente isso requereu um trabalho de parceria entre ambos).
Sendo assim, voltando ao que estávamos falando lá em cima e fazendo uma ligação com a frase de Eric Schmidt, PARA ATINGIR SUAS METAS, VOCÊ PRECISA DE UM TÉCNICO.
E a esse “técnico” dá-se o nome de COACH.
Um Coach é um profissional habilitado para ministrar o Coaching, que através do uso de metodologias e técnicas, ajuda as pessoas a definir efetivamente o que elas realmente desejam e as apóiam a mudar do jeito que elas querem. O Coach não dá respostas, pois cada um tem as suas respostas.
Coaching é um processo, com início, meio e fim, definido em comum acordo entre o coach (profissional) e o coachee (cliente) de acordo com a meta desejada pelo cliente, onde o coach apoia o cliente na busca de realizar metas de curto, médio e longo prazo, através da identificação e uso das próprias competências desenvolvidas, como também do reconhecimento e superação de suas fragilidades.
Existem algumas modalidades de Coaching, a saber:

Coaching Pessoal
Objetiva a capacitação das pessoas na sua auto-realização, pelo alcance de suas metas, alinhando-as para uma vida equilibrada com seus valores, missão e propósito de vida. A meta a ser trabalhada pode estar em qualquer área da vida da pessoa, como saúde, relacionamentos, espiritualidade, finanças, carreira, administração do tempo, família, etc. O coach vai apoiar o coachee (cliente) na definição da meta, na estratégia para alcançar os resultados almejados e também na superação dos desafios que aparecerem ao longo do caminho. Durante o processo de coaching, o foco é no presente e no futuro, e o coach trabalhará para manter o coachee em ação para que, ao final, ele realize o que se propôs.

Coaching Executivo
Visa a capacitar executivos na sua performance e excelência pessoal e nos negócios. Assiste o executivo na identificação de metas, valores, missão e propósito da empresa no mercado. Também trabalha a clareza da sua missão pessoal e empresarial, objetivando o equilíbrio dos propósitos da empresa, de suas necessidades humanas e dos diferentes papeis vividos na empresa, na família e na sociedade.

Coaching Empresarial
Voltado normalmente para as gerências dentro de uma empresa o coaching empresarial é hoje a melhor ferramenta de continuidade a processos de consultoria e treinamento. Estas atividades agregam valor em um determinado período na empresa, normalmente durante o processo em que estão atuando. Por exemplo, um treinamento de liderança levanta e discute aspectos durante o período de treinamento, mas a continuidade e a implementação destes processos se potencializa com o Coaching Empresarial.

Coaching de equipes
É um processo de construção e desenvolvimento de grupos de trabalho, dentro de um contexto organizacional determinado, com a finalidade de maximizar a sua capacidade de gerar resultados, gerir sua aprendizagem, crescimento e contínua transformação como pessoas, membros de uma equipe e membros da uma organização.

Saiba mais sobre o assunto. Entre em contato:


Antonio Carlos Palmeira Salles
Professional & Personal Coach
Certificação Internacional pelo IBC - Instituto Brasileiro de Coaching.

acsalles@evoltraining.com.br

domingo, 8 de maio de 2011

OS IMPRESCINDÍVEIS - Um artigo escrito para aqueles que se intitulam “Líderes”

É bem provável que algum dia você já tenha ouvido alguém dizer algo do tipo: “meu gerente não tem como se afastar uma semana da empresa”.
Na verdade, é bem provável que você também já tenha dito algo parecido um dia. Ou não?
Pois é, pior ainda é se você algum dia se referiu a si próprio nesta situação, ou seja: “não posso me afastar de meu trabalho nem por uma semana, quem dirá por um mês. Sair de férias???? Nem pensar!!!!”.
Quem pensa assim, está perdido. Se for empresário, não é dono da empresa, a empresa é quem é dona dele.
Se for empregado, não é dono nem de si próprio, é refém de seu trabalho.
Quais seriam os principais motivos que levam algumas pessoas a pensarem assim?
Vamos lá:
1) o indivíduo tem receio de, ao se afastar por um tempo maior de seu trabalho, seu chefe perceber que o setor que ele comanda funciona muito bem (ou até melhor) sem a presença dele.
2) o indivíduo tem receio de, ao se afastar por um tempo maior de seu trabalho, alguém querer tomar seu lugar na empresa.
3) o indivíduo se acha IMPRESCINDÍVEL, ou seja, ele acha que se afastando de seu trabalho, nada vai funcionar.
Não sei qual dos três é o pior...
A primeira situação pode denotar a insegurança que o indivíduo tem em seu trabalho e em seu próprio desempenho no mesmo. Isso precisa ser trabalhado, pois o líder que é líder precisa ter, ele próprio, a consciência de que está fazendo o melhor e comandando da melhor maneira seu setor de trabalho.
A segunda situação pode denotar, além da insegurança, uma boa dose de falta de auto-estima, pois no fundo ele acredita que tem pessoas que podem fazer melhor o que ele está fazendo. Isso também precisa ser trabalhado, pois líder que é líder precisa confiar que, se alguém pode assumir o seu posto, é porque ele (o líder) certamente irá galgar uma posição melhor na empresa.
A terceira situação pode denotar um certo grau de prepotência, pois certamente o indivíduo acredita que ninguém fará o trabalho tão bem quanto ele, que ele é o melhor e que só ele sabe fazer daquele jeito. Isso também é perigosíssimo, pois demonstra que o que lhe falta, na verdade, é saber delegar funções e orientar as pessoas.
Não é a PRESENÇA FÍSICA de um líder em seu ambiente de trabalho que fará com que haja crescimento, continuidade, eficiência e resultado no desenvolvimento da empresa/instituição. Líder que é Líder tem consciência que suas funções na empresa são imprescindíveis, mas sua presença física, não.
Dentro do leque de treinamentos da empresa da qual eu sou sócio, existe um que se trata de um programa de capacitação comportamental para líderes com duração de cinco dias (o dia todo) consecutivos.
Fico impressionado com a quantidade de empresários, diretores, gerentes, etc., que dizem não poder participar do programa “porque não consigo sair cinco dias da empresa”. Quando escuto isso, o primeiro pensamento que me vem é o seguinte: “esse, provavelmente, é um dos que mais precisam estar lá dentro da sala nos cinco dias”. Claro, pois se o líder acredita que não pode se ausentar por cinco dias de seu trabalho para investir em si próprio, certamente ele não pode sequer pegar uma virose, ou, sendo até mais trágico, ele não pode sequer morrer!!!
Enfim, em qualquer das três situações que citamos acima, o que pode estar por trás de tudo é a tendência que o ser humano tem de “demarcar território”. Nada contra isso, claro, mas o problema reside, na verdade, na maneira com a qual ele está demarcando o território.
O verdadeiro líder demarca seu território dando exemplos através de suas atitudes, com resultados obtidos através dessas atitudes, com flexibilidade, agilidade. Mandar é diferente de delegar. Mandar é transferir a responsabilidade da tarefa e, quando algo dá errado, pôr a culpa no outro, taxando-o de incompetente e incapaz. Delegar é saber conduzir, orientar e cobrar resultados com sabedoria, acompanhar o que foi delegado, ter discernimento para mudar o rumo das coisas quando necessário e assumir a responsabilidade pelos resultados.
Portanto, Srs. e Sras. Líderes, permitam-se ser PRESCINDÍVEIS, pelo menos por algumas vezes. Isso certamente vai melhorar seu crescimento pessoal, profissional, empresarial. Permitam-se experimentar a prazerosa sensação de autoconfiança e liberdade que surgirá naturalmente a partir do momento em que vocês conseguirem diminuir a interdependência entre vocês e seus trabalhos.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Comportamento e Qualificação Técnica: Qual dos dois você acredita que faz a diferença em seu ambiente de trabalho?

Algum dia você certamente já precisou levar seu currículo para alguma empresa ou instituição, com o objetivo de conseguir um emprego ou participar de algum concurso público.
Nesse currículo existiam informações do tipo: “Sou uma pessoa que sabe se relacionar bem com minha equipe de trabalho.” Ou: “Tenho uma excelente capacidade de ouvir os outros.” Ou ainda: “Sou transparente e flexível nas minhas opiniões e colocações.” E mais ainda: “Tenho facilidade em me encaixar na cultura, nos valores e no ambiente da organização.” ?
Não????
Provavelmente, não. Lá existiam, certamente, além de seus dados pessoais como nome completo, data do nascimento, endereço, números dos documentos e outros, informações do tipo: “Cursei o primeiro (ou segundo ou terceiro) grau no colégio tal”, “Terminei meu curso superior de (profissão) na Faculdade tal”, “Possuo Pós-Graduação em....”, “Trabalhei nas empresas ‘A’, ‘B’ e ‘C’ nas áreas de...”, “Participei dos seguintes Congressos e Seminários (relação)” e assim por diante.
O que significa que, se você foi contratado, certamente o foi por causa de suas excelentes habilidades e qualificações técnicas. Esses são, na verdade, e na grande (mas grande, mesmo) maioria dos casos, os motivos pelos quais as organizações contratam: porque o profissional tecnicamente é um excelente vendedor, um excelente engenheiro, um excelente auditor fiscal, um excelente analista de sistemas e assim por diante. Só depois, e nem sempre, é que as organizações se preocupam em verificar características como aquelas que citei no início desta matéria (aquelas que provavelmente não estavam no seu currículo). Aí pronto, já está gerado o maior problema: “O cara é complicado. E agora? O que fazer para demiti-lo? O que dizer a ele?”.
Na edição de maio de 2000, a revista Você S/A publicou uma matéria a respeito dos comportamentos e atitudes das pessoas, dando ênfase em seu lado profissional, que afirmava o seguinte: “Diplomas e competência não bastam: 87% das empresas demitem por problemas de conduta”. Ou seja, apenas 13% das demissões são provocadas por falta de competência técnica dos profissionais.
Agora, o que é pior: Segundo a pesquisa, 61% dos profissionais entrevistados acreditam que perderam seus empregos por problemas de atualização, de conhecimento e de habilidade técnica ou por falta de experiência, e apenas 20% afirmaram ter sido demitidos por problemas comportamentais. Ou seja, na hora de demitir, quase ninguém chega para o profissional e diz a ele os reais motivos pelos quais ele está sendo demitido. E assim, o profissional sai do emprego achando que precisa melhorar em termos de conhecimentos, precisa se capacitar mais tecnicamente, e não percebe que precisa, na verdade, buscar melhorias como pessoa, e não como técnico. Precisa se conhecer melhor, analisar suas atitudes, enxergar as situações onde alguns comportamentos seus estão trazendo resultados positivos e/ou negativos em sua vida pessoal e/ou profissional. Consegue uma outra colocação e corre o grande risco de tornar a acontecer tudo de novo...
Mas, esqueça um pouco essa coisa da demissão...
Até porque, ruim mesmo é conviver diariamente com pessoas que possuem atitudes opostas, por exemplo, às citadas lá em cima. Pessoas assim não vão, certamente, colaborar para um bom clima no ambiente de trabalho, concorda? E como é que você se sente tendo que ir ao trabalho, encontrar alguns “complicados” e conviver com eles durante dias, semanas, meses, anos?
Agora, vou jogar um pouco de lenha na fogueira: E se VOCÊ for uma dessas pessoas?
Não??? Impossível???
Não, não é impossível. Já parou pra pensar nisso? Que, assim como os demais, talvez você não esteja percebendo claramente quais são as suas atitudes no dia-a-dia? E como elas podem estar ajudando ou atrapalhando você como pessoa e/ou como profissional?
Isso pode, sim, estar acontecendo com você e só você pode mudar isso. Todos nós possuímos uma coisa chamada “base condicionada de comportamento”, ou seja, todos nós temos uma base comportamental que foi adquirida ao longo do tempo, e que nos condiciona a agirmos repetidamente de algumas maneiras. Isso nos leva, na maioria das vezes, a não perceber que estamos praticando algumas atitudes. Fazendo algumas coisas, digamos, mecanicamente. Algo assim como você dizer para alguém: “Por que você só fala gritando com as pessoas?” E esse alguém responde (aos gritos): “Eu? Tá louco? Eu, gritando com as pessoas?”.
Isso é um exemplo de base condicionada de comportamento. Aquela atitude já se tornou mecânica, a pessoa faz e já nem percebe mais. E se não percebe mais, não sabe se isso está sendo positivo ou negativo para ela.
Nesse momento, você pode estar se perguntando: “E agora? O que fazer? Será que ainda tenho salvação?”.
Claro que sim... Hoje, muitos profissionais e organizações estão investindo no aprimoramento do Desenvolvimento Comportamental através de trabalhos especializados. Seminários comportamentais, que se utilizam normalmente da andragogia (ciência que trata da aprendizagem do adulto) e baseados em alguns modelos do CAV – Ciclo de Aprendizagem Vivencial estão sendo amplamente procurados para formar cada vez mais profissionais capacitados a buscar um melhor auto-conhecimento de suas atitudes e comportamentos. Não são Seminários de auto-ajuda, e sim de métodos que fazem, através de vivências, o profissional enxergar mais claramente a necessidade de produzir mudanças em seu dia-a-dia, se ele assim o desejar.
Finalizando, não quero aqui desmerecer a técnica. Ela é importante (e muito, muito importante), e enfaticamente utilizada em nossa formação profissional. Só que a técnica normalmente é igual para todos, o que faz a diferença é o que você está fazendo com toda esta técnica. Se não fosse assim, todos sairiam das faculdades e universidades excelentes profissionais. E todos teriam muito sucesso. Mas não é bem assim...
Temos hoje uma grande variação na qualidade dos profissionais, sejam de qual área forem, e essa variação não acontece, na maioria das vezes, por causa das habilidades técnicas. Acontece por causa da maneira como esses profissionais se comportam em seu ambiente de trabalho. O comportamento, que começa a ser formado desde que nascemos, é a base de tudo. Antes de sermos profissionais sempre fomos (e somos) pessoas. E pessoas diferentes umas das outras.